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Correspondência Internacional.

02-02-2011

O imperialismo dos Estados Unidos lança a contrarevolução para tentar achatar às heróicas massas egípcias

O imperialismo norte-americano foi sacudido até os ossos pelas massas revolucionárias no Egito e na Tunísia. Deu conta de que se seu títere, Mubarak, dá um passo ao custado pela pressão das massas, todos seus regimes títeres na região, senão em todo o mundo, se verão ameaçados imediatamente por levantamentos similares das massas. As massas egípcias e tunisianas lhe mostram o caminho ao proletariado mundial. É por isto que o imperialismo dos Estados Unidos, reunindo a todas as forças imperialistas detrás dele, determinou achatar a revolução dos operários egípcios. É por isto que quando ontem (1 de Fevereiro de 2011), em momentos em que milhões estavam nas ruas, enviou grupos pagos de matões e agentes ás ruas para tratar de romper os protestos. O imperialismo norte-americano escreveu o discurso de Mubarak como uma provocação deliberada jogando com os sentimentos nacionalistas das massas para arrastar a uma parte das seções atrasadas da classe operária e tratando de assustar a uma seção da classe média para que apóiem ao regime ou que se volte contra a revolução. A quarta-feira 2 de fevereiro teve ataques coordenados de matões armados, abertamente apoiados pela polícia, contra as massas desarmadas na praça Tahrir. Tratavam de derrotar ás massas e queriam mostrar que uma porção considerável das massas egípcias ainda apóia a Mubarak. Al Jazeera e outros médios capitalistas ajudaram a criar a impressão de que realmente as massas apóiam a Mubarak, e que Obama e o imperialismo norte-americano não estavam dirigindo as ações de Mubarak, senão que Obama realmente estava preocupado sobre a repressão das massas. Os matões fascistas foram atacados com paus pela heróica resistência das massas desarmadas.
O imperialismo norte-americano trabalhou junto com El Baradei, a Irmandade Muçulmana, o movimento 6 de Abril e Mubarak para desarmar às massas
Obama, El Baradei, a Irmandade Muçulmana, o Movimento 6 de Abril, inclusive alguns setores da “esquerda” socialista, alavam ao exército. O exército, junto com alguns membros dos Comitês Populares (influenciados pelos “dirigentes”) trabalhou junto ás massas desarmadas quando ingressaram á Praça Tahrir. O imperialismo norte-americano conseguiu seu objetivo, isto é quando milhões marcharam em todo o Egito, foram desarmados e assim a questão de que as massas tomem o poder se fez impossível. O exército não é uniforme, estão as bases e depois os oficiais. Os oficiais estão aliados ao imperialismo norte-americano e assim a Mubarak. Convenientemente, caminhões do exército foram abandonados para o aberto uso dos matões. Não podemos dizer que todo o exército apóia às massas. Não é assim. Há divisões de classe no exército e a base deve ser ganhada separando-a dos oficiais. O imperialismo norte-americano trabalhou com El Baradei e a Irmandade Muçulmana para desviar os protestos das massas a um exercício de desafogo. Obama e as Nações Unidas dizem que as massas podem desafogar-se, mas não podem tomar o poder em suas próprias mãos.
El Baradei joga um papel traidor. A terça-feira quando as massas queriam marchar ao Palácio Presidencial, escapou-se e passo o dia falando com o emissário norte-americano. A quarta-feira quando sabia que as massas estavam desarmadas e contidas na prisão aberta da Praça Tahrir, chamou-as a defender a praça com suas mãos nuas contra os matões que estavam armados até os dentes. A Praça Tahrir serviu a seu propósito como um centro de mobilização, mas agora se converteu numa prisão para as massas para que sejam desarmadas pelo exército e assassinadas pelas bandas fascistas do estado e o imperialismo.
O caminho a seguir:
I. Armar às massas: agora que o imperialismo enviou as bandas armadas nas ruas não pode existir nenhum impedimento para permitir que as massas sigam desarmadas. O toque de recolher de 24hs que vem por parte do imperialismo é para preparar um ataque sobre os militantes de base que realmente dirigiram a revolução. Deve existir um armamento imediato das massas para defender-se contra os matões fascistas do estado e o imperialismo. As massas não podem ir mais á praça sem armas. Precisam ir sobre essas instituições que estão planejando e enviando os matões armados contra as massas. As massas revolucionárias precisam ir aos quartéis para sacar a seus familiares que são soldados. Estes soldados precisam romper com a casta de oficiais que está com Mubarak e que se nega a defender ás massas desarmadas contra os matões armados. Nas fábricas metalúrgicas e as fábricas de armas devem fazer-se tudo o possível para que as massas consigam as armas para defender-se dos matones e os imperialistas que os dirigem. Não se pode confiar nas Nações Unidas porque as tropas que possam chegar a enviar também se sentarão de braços cruzados enquanto as massas são atacadas. Só basta perguntar-lhe ás massas na Ruanda sobre o historial das Nações Unidas. O treinamento deve ser feito pelas massas para aprender como derrotar elas mesmas (as massas) aos matões armados.
II. Pôr em pé comandos de estrutura locais, regionais e nacionais. Os Comitês Populares precisam sacar a lição de seu pacifismo do passado e incluir delegados dos soldados de base em suas filas, estender e armar a milícia operária como parte de cada comitê. Assegurar-se de que existam delegados operários de todas as fábricas e os lugares de trabalho nas áreas que representam. Deveriam assegurar que os delegados dos desempregados e todos os setores em luta sejam parte dessas estruturas.
III. O conselho nacional de delegados de todos os comitês de base em luta deve chamar-se imediatamente, porque deve pôr em pé um governo provisório revolucionário. Este governo provisório revolucionário baseado nos comitês de bases deverá espalhar a luta para derrotar a contrarevolução, para dispersar até o último resto do regime e tomar o poder em suas próprias mãos.
IV. Tomar as provisões de comida e a distribuição. As massas precisam tomar as provisões existentes de comida de todas as companhias capitalistas e chamar aos pequenos comerciantes a que os apóiem. Os supermercados capitalistas e todas as empresas de distribuição capitalista deverão ser tomadas. A comida e sua distribuição deverão ser posta sob controle operário (operários rurais e da cidade).
V. Qualquer grande empresa capitalista e banco que se negue a pagar-lhe aos operários seus salários deve de ser tomado pelos operários. Todas as grandes companhias e os bancos fizeram enormes lucros através dos anos graças ao regime repressivo de Mubarak.
VI. Tomar todos os transportes públicos e as empresas capitalistas de veículos. Se há relatórios de ataques perpetrados por matões deverá ter um sistema de transporte para mover rapidamente os comitês de defesa das massas. Portanto também os depósitos de combustível deverão ser tomados para que os comitês operários de defesa possam mover-se o tempo todo.
VII. Solidariedade Internacional: a melhor solidariedade internacional é que as massas do mundo saquem as lições do pacifismo da revolução na Tunísia e Egito até agora, e começar revoluções similares contra seus próprios dirigentes títeres do imperialismo nas semi-colônias, e contra seus próprios imperialismos nos países avançados. Deveram existir protestos de massas em cada embaixada dos Estados Unidos e do Egito em todo o mundo, anunciando o apoio à revolução egípcia e condenando a brutal contrarevolução do imperialismo. Os portuários e os transportadores deverão impedir que qualquer tipo de arma chegue ao regime assassino de Mubarak. As massas em Gaza deverão unir-se com as massas do Egito e atirar abaixo o Muro de Rafah. Nosso grito de guerra é: Fora suas mãos das massas da Tunísia e do Egito! Fora suas mãos dos comitês de ação de base! Abaixo Obama! Abaixo os títeres do imperialismo em todo o mundo!
VIII. Chamamos a uma Conferência Urgente das Organizações Operárias Revolucionárias e os Trotskistas Internacionalistas para que se realize no Egito, para refundar uma Internacional Revolucionária, que para nós é a Quarta Internacional. Enviemos brigadas operárias de apoio á luta das massas egípcias ás barricadas. Sabemos que o imperialismo usará todos seus truques sujos para aniquilar a revolução. Agora é tempo de que o proletariado mundial se levante e se faça notar.

Feito pela Fração Leninista Trotskista Internacional com seções em:

África do Sul: Workers International Vanguard League
Bolívia: LTI
Peru: LTI
Argentina: LOI-QI
Brasil: Comitê Organizador pela Refundação da Quarta Internacional
Chile: POI-CI
Zimbábue: WIL-FI (membro candidato)

 

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