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ANTE OS FESTEJOS DO BICENTENÁRIO DOS EXPLORADORES DO GOVERNO E A OPOSIÇÃO, OS ENTREGADORES DA NAÇÃO AO IMPERIALISMO, CONTINUADORES DOS MASACRADORES DA CLASSE OPERÁRIA COMO OS VARELA, FALCÓN, VIDELA…

¡QUE SE VÃO TODOS, QUE NÃO FIQUE NEM UM SÓ!
SÓ O TRIUNFO DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA PODE LIBERAR À NAÇÃO DO IMPERIALISMO

Durante mais de quatro dias a patronal realizou sua festa pelo “Bicentenário da pátria”, que não foi mais do que um enorme roubo contra os trabalhadores e o povo pobre. A burguesia negreira e seus partidos corruptos e assassinos, junto à Igreja gorila, esbanjaram milhões de dólares arrancados da super exploração da classe operária para encobrir com esta “festa democrática” a mais feroz ditadura do capital contra o proletariado. Disso se trata a democracia burguesa e suas frases doces: democracia para explorar operários, entregar a nação e seus recursos naturais ao imperialismo, afundar na miséria aos trabalhadores e as massas exploradas. É a democracia que impõe um verdadeiro genocídio contra a juventude operária e massacres, repressão e cárcere para os operários que saem a lutar. É a democracia dos ricos que esconde a um estado assassino, uma banda de homens armados para defender a propriedade privada das classes dominantes.

Uma festa do regime infame do Pacto Social do imperialismo, o governo de Kirchner, a oposição gorila e a burocracia sindical

O plano da burguesia, seu governo e a “oposição” patronal, ainda que realizaram atos por separado, foi o de utilizar os festejos do 25 de maio para consolidar a expropriação da luta antiimperialista das massas que teve sua máxima expressão nos combates revolucionários de 2001 e seu grito “Que se vão todos, que não fique nem um só”, que por suposto não figurou em suas “homenagens e carruagens”. O festejo dos exploradores não foi mais do que uma festa para fortalecer o regime infame do Pacto Social do imperialismo, a patronal escravista, o governo dos Kirchner, a “oposição” e a burocracia sindical traidora da CGT e a CTA, e todas suas instituições. Foi a festa do regime anti operário que assentou a burguesia com a expropriação da heróica revolução de 2001 que tinha deixo em ruínas a todas as instituições de domínio da patronal. Festejam junto aos escravistas da União Industrial Argentina que sustentou quanto golpe militar teve neste país, a expropriação da luta dos explorados contra a ditadura militar que fez desaparecer a 30.000 companheiros e celebram a conseqüente imposição do plano de reconciliação com as Forças Armadas genocidas. São os mesmos exploradores que foram parte do regime “desmalvinizador” (faz referencia á guerra do Malvinas, NdT) que se impôs à saída da ditadura militar, que utilizou a terrível derrota nacional em Malvinas para liquidar a consciência antiimperialista das massas e atou com tríplices correntes a nação ao imperialismo.
O Pacto Social é o que hoje lhe garante a estes burgueses lacaios salários escravos com suas paritárias (negociações salariais, NdT) de fome e seu Conselho do Salário, super exploração nas fábricas, demissões, centos de milhares de desempregados afundados na miséria e uma feroz repressão contra os trabalhadores em luta. Isto para garantir um redobrado saque da nação por parte dos monopólios imperialistas chupa sangues, enquanto a burguesia argentina, como sócia menor das multinacionais, fica com sua fatia dos milionários negócios que fazem desde o exportando principalmente a China, essa maquiladora do imperialismo.
A festa do Bicentenário foi para maquilar o verdadeiro rosto do regime da archi reacionária Constituição de 1853/1994 e do governo dos Kirchner, que com total cinismo propôs que “a diferença do Centenário, este Bicentenário o podemos celebrar em democracia e liberdade”. Canalhas! Já nas vésperas da hipocrisia festiva do Bicentenário, a patronal, seu regime e seu governo reprimiam de forma brutal aos tiros, como o fizeram dois dias depois, o 28 de maio, aos trabalhadores desempregados que reclamavam trabalho digno e cortavam a rota 34 em Mosconi, no Norte de Salta, a terra do saque das petroleiras. É o regime e o governo anti-operário que por ordem das petroleiras imperialistas teve em seus cárceres durante 3 anos aos operários das Heras, torturando-os cotidianamente; que hoje tem a outros três companheiros das Heras nos mesmos cárceres das multinacionais; que teve detidos a mais de 5 companheiros e dirigentes dos piqueteiros do Norte de Salta e mantém encarcerado a Tyson “” Fernández; que tem de refém depois das grades a Roberto Martino, dirigente do FAR-MTR, por mobilizar-se em solidariedade com o povo palestino; e mantém processados pela justiça patronal a mais de 5.600 lutadores operários e populares. Foi sob este regime do “Pacto Social” e o governo dos Kirchner que se massacrou ao docente Fuentealba, que o servidor público kirchnerista Varizat com sua caminhonete 4x4 atropelou aos docentes em greve de Santa Cruz em 2007, e que fizeram desaparecer a Julio López e Luciano Arruga.
É um governo tão anti-operário e repressor como o de Menem que assassinou a Víctor Choque e Teresa Rodríguez, como o de Duhalde que massacrou em Puente Pueyrredón a Kostequi e Santillán, ou como o de De la Rúa que assassinou aos mártires do 20 de dezembro de 2001, ao que a justiça patronal, uma vez finalizados os festejos do 25 de Maio, absolveu de todo cargo e culpa pelos assassinatos daquele 20 de dezembro. Isto é o que se silenciou no Bicentenário! Bicentenário democrático?… mentira!
Leste é o Bicentenário gorila que ocultaram por trás do discurso patronal de unidade “nacional” em seus festejos, com seus camarotes, fogos de artifícios, festa, carruagens e um esbanjo milionário. “Unidade nacional” para conciliar à classe operária e os explorados com a patronal, seu governo, seus partidos e principalmente com as Forças Armadas, todos agentes do imperialismo e entregadores da nação.
Com esse discurso “patriótico” a burguesia manipulou o sentimento nacional de setores das massas -num país saqueado pelo imperialismo e com uma derrota nacional sobre seus ombros como a de Malvinas-, para controlá-lo, expropriar-lo e terminar de liquidá-lo.
Assim silenciaram e esconderam sob sete chaves que a verdadeira unidade nacional se deu nas ruas em dezembro de 2001 forjando a aliança operária e popular, que é a única unidade dos explorados da nação, a única unidade que sob a direção da classe operária pode romper as correntes que atam à nação com o imperialismo e saldar contas com os exploradores.
Os que silenciaram e liquidaram o grito de Que “se vão todos, que não fique nem um só!” celebraram no Bicentenário que voltaram todos os partidos exploradores, assassinos e entregadores da nação ao imperialismo. Celebram que seguem sendo os continuadores dos maiores assassinos da classe operária argentina: do Coronel Falcón que em 1909 assassinou a dezenas de operários na chamada “Semana Vermelha” que manchou para sempre Plaza Lorea de sangue operário; do governo do radical Yrigoyen que com o exército massacrou aos operários de Ateliês Vasena em 1919; do Tenente Coronel Varela e restantes assassinos da Patagônia Rebelde; do governo de Perón, Isabel e López Rega que organizou a Triplo A para massacrar à vanguarda operária nos 70, aplanando o caminho e abrindo o passo à ditadura sangrenta de Videla, que foi apoiada por todos os partidos patronais como o PJ e a UCR. Foi o Bicentenário dos continuadores da velha oligarquia com o mesmo cheiro a bosta!

Os governos latino americanos lacaios do imperialismo sustentam ao regime do Pacto Social para expropriar a luta revolucionária das massas

O plano que aplicou a burguesia com seus festejos do Bicentenário e sua política gorila e anti-operária, é ao que vieram sustentar e fortalecer os governos latino americanos lacaios do imperialismo, os Chávez, Morales,Lula, Correa, etc., os mesmos que ontem com seu Foro Social Mundial e com Fidel Castro à cabeça expropriaram os combates revolucionar-vos e antiimperialistas das massas em todo o continente a começos do século XXI. Vieram os pro-homens do roubo da Revolução “Bolivariana” que estrangularam a revolução de Equador de 2000 e de Bolívia de 2003-2005, a ascensão antiimperialista das massas venezuelanas que derrotaram o golpe pró-ianque -enquanto Chávez se escondia como um covarde-, as enormes lutas da classe operária e a juventude chilena que enfrentavam ao regime pinochetista (faz referencia a Pinochet, NdT) do TLC em 2006, o levantamento revolucionário dos comuneros de Oaxaca em México em 2007 e o acordar da classe operária norte americana que se punha de pé contra a Guerra imperialista em Iraque e pelos direitos dos operários imigrantes.
Veio Chávez, o mesmo que se abraçou com o fascista Uribe sobre o sangue da resistência colombiana massacrada. Veio Morales, que pactuou com a burguesia fascista da Média Lua que assassinou a dezenas de explorados. Veio Zelaya, que fugiu como rata depois do golpe militar dos ianques em Honduras e terminou pactuando com os golpistas e entregando assim a heróica resistência das massas que deixaram seus mártires nas ruas. Esta é a cara desses farsantes lacaios do imperialismo que mantêm com suas tropas gurkas a ocupação de Haiti, junto aos marines assassinos de EUA, enquanto se preparam a consumar a restauração capitalista em Cuba da mão dos irmãos Castro.
Para impor este objetivo, a farsa da Revolução “Bolivariana” contou com o papel dos renegados do trotskismo que como a LIT-CI desde a direção do ELAC (Encontro Latino Americano e Caribenho de Trabalhadores) subordinaram ao mais combativo da vanguarda da classe operária à burguesia “bolivariana”. Sustentaram ao burocrata Montes da COB, o sustentador de Evo Morales entregador da revolução boliviana; subordinaram aos combativos portuários de Oakland, que souberam paralisar os portos imperialistas contra a guerra em Iraque, aos pés de Obama; sustentaram à burocracia sindical chavista em Venezuela e assim jogaram seu papel de ser a “esquerda” das burguesias nativas lacaios.
Desta maneira, controlando e derrotando ao setor mais combativo do proletariado com sua política de colaboração de classes, estes governos “bolivarianos” estabilizaram os pactos contra revolucionários com o imperialismo para liquidar o combate antiimperialista das massas do continente. São quem garantem descarregar os custos da crise econômica mundial sobre suas classes operárias com milhões de demissões, exploração, saque e repressão. Vieram aplaudir e sustentar o regime do Pacto Social e ao governo dos Kirchner, porque foram eles os que ontem expropriaram a revolução argentina e latino americana do primeiro lustro do Século XXI. Isto é o que festejaram nos camarotes todos os governos “bolivarianos” lacaios do imperialismo!

Um enorme dispositivo para encobrir o “plano de reconciliação” das massas com as FFAA genocidas

O que realmente escondeu o roubo do Bicentenário é a imposição do “plano de reconciliação” das massas com a casta de oficiais assassina do exército massacrador da classe operária. Por isso, os Kirchner, sustentados pelos governos latino americanos, os partidos patronais, a Igreja, a burocracia sindical, e as Mães e Avós de Plaza de Mayo, fizeram desfilar ante as massas, pela primeira vez depois do ‘83, à casta de oficiais do exército argentino durante os festejos do Bicentenário. Esta casta de oficiais não podia nem sair à rua depois da ditadura militar de 76 nem depois de mandar a morrer à juventude na guerra de Malvinas, enquanto eles se rendiam covardemente ante os piratas ingleses. Hoje o governo dos Kirchner e seus agentes recompuseram a esse exército maltratado, deslegitimado e quase dissolvido, que não pôde sair a reprimir nunca mais às massas depois de 83. Estão-no preparando para achatar a sangue e fogo um próximo embate revolucionário de massas que retome o caminho de 2001.
Assim lhe puseram o broche final ao “plano de reconciliação” que teve suas metas no roubo dos Juízos “às Juntas” e depois com a lei de Obediência Devida, o Ponto Final e os Indultos. Depois veio a corrupção de todo o movimento de DD.HH com os fundos de reparações aos familiares de desaparecidos. Mais tarde continuou este “plano de reconciliação” com a casta de juízes videlista-peronista-radical e seu roubo de meter presos alguns militares já idosos em cárceres de luxo –desde onde seguiam conspirando contra as massas-, enquanto encarceravam e torturavam aos melhores lutadores da classe operária como aos companheiros de Las Heras.
Esta política foi festejada por toda a esquerda reformista que a enfeitou denominando as resoluções da justiça patronal como “falhas históricas”. Hoje, da mão dos Kirchner, enquanto fazem aparecer os restos dos corpos dos desaparecidos para que “tenha luto”, depois de décadas de tentativas de recompor ao exército como pilar do estado burguês, este novamente sai a desfilar pelas ruas para terminar de impor a “reconciliação”. Querem terminar de recompor e legitimar às Forças Armadas, que frente a cada ameaça da revolução, saiu às ruas com seus tanques a massacrar à classe operária para salvar a propriedade privada do conjunto da burguesia.
Esta é a casta de oficiais com a que nos quer reconciliar, de onde surgiram todos os grupos paramilitares, como o telefonema Une Patriótica Argentina durante o governo do radical de Yrigoyen que se dedicou a perseguir e matar a dirigentes operários. Cinqüenta anos depois, sob o asa do “democrático” governo de Perón, nasceu a Triplo A de a mão de López Rega, do comissário Villar e a burocracia sindical, com o único fim de assassinar ao ativismo operário que se enfrentava aos planos de ajuste e saque da nação, abrindo-lhe as portas à ditadura militar de Videla.
Este plano para esquecer, perdoar e reconciliar-se com o exército assassino, é o que se consagrou neste festejo Bicentenário. Por isso o pinochetista Piñera, novo presidente de Chile, aplaudia emocionado a carruagem das Mães de Praça de Mayo que desfilavam junto ao exército genocida. Lamentavelmente todo o discurso “apartidário” que sustentaram durante décadas as Mães de Praça de Mayo, hoje demonstra ser o mais partidário de todos, localizadas como verdadeiras ministras sem carteira do governo anti-operário dos Kirchner. As Mães de Praça de Mayo renegaram de toda sua luta e se somaram ao discurso de unidade “nacional” da patronal, de todas as câmaras empresariais como a UIA que estiveram por trás de todos os golpes militares anti-operários da história. Abaixo o “plano de reconciliação” dos explorados com a casta de oficiais genocidas do exército argentino! Não esquecemos, não perdoamos e não nos reconciliamos!

Festejam os entregadores da nação ao imperialismo

Nos festejos do Bicentenário o governo se cansou de falar de “soberania” e “independência”, quando a burguesia nativa semi colonial já demonstrou durante décadas e décadas sua absoluta covardia e submissão ao imperialismo. Os diferentes governos que passaram lhe entregaram ao imperialismo pela fraudulenta dívida externa 270 mil milhões de dólares. O governo dos Kirchner em só 6 anos lhe oferendou a sua majestade o FMI 45 mil milhões de dólares e se apresta a pagar em conceito de interesses da dívida outros 6 mil milhões. Sem contar os milhões de dólares saqueados à nação em conceitos de Royalties, Patentes e nem falemos das fugas de divisas. Têm-lhes entregaram aos polvos multinacionais a maioria das terras ricas, garantiram o saque do petróleo, minerais e matérias primas. Demonstrou toda sua covardia ante a extração do petróleo nas ocupadas Ilhas Malvinas. É que a burguesia nativa não só não pode garantir íntegra e efetivamente a libertação nacional do imperialismo, senão que é seu agente para garantir a super exploração e o saque da nação.
Os oligarcas de ontem foram lacaios do imperialismo inglês e os de hoje são serventes do imperialismo ianque e da coroa espanhola dos Borbones! Os “bolivarianos” vieram sustentar a chamada “unidade nacional” em nome da unidade “latino americana”, quando é o mesmo Chávez uno dos principais provedores de petróleo do imperialismo ianque com o qual garante o funcionamento da maquinaria bélica que massacra em Médio Oriente e todo o planeta. Assistiu Lula que é tão agente do imperialismo francês como do ianque no saque e a exploração de Brasil. Veio Evo Morales agente da Total francesa e a Repsol, quem pactuou com a Média Lua fascista -agente ianque- contra as massas operárias e camponesas em Bolívia para manter o saque dos hidrocarbonetos.
A “unidade latino americana” que pregam os “bolivarianos” é a do pechincho com o imperialismo para ficar com algumas migalhas do saque imperialista sobre a Latino América ensangüentada! Só a classe operária, rompendo toda subordinação à burguesia e acaudilhando com sua luta ao conjunto das classes exploradas, pode liberar à nação do imperialismo e resolver o problema da terra, em mãos dos monopólios imperialistas, com o triunfo da revolução socialista como elo de uma única revolução americana.
Não ao pagamento da dívida externa! Expropriação sem pagamento e sob controle operário de todas as multinacionais imperialistas! Expropriação da banca imperialista e privada nacional sob controle operário e banca estatal única! Nacionalização do comércio exterior! Abaixo todos os tratados políticos, econômicos e militares com o imperialismo! Fora ingleses de Malvinas! Fora ianques de América Latina! Fora as bases da OTAN de Malvinas! Pela derrota militar das tropas ianques e da ONU em Haiti, em primeiro lugar as tropas “gurkas” argentinas!

Uma história de heróicas gestas operárias e massacres patronais. Só com o triunfo da revolução socialista o proletariado ajustará contas com seus verdugos.

Neste Bicentenário a classe operária tem sua verdade, que nada tem que ver com o engano da burguesia e suas frases “doces”. Os que estiveram nesses luxuosos camarotes, nos Te-déum, na reabertura do Teatro Colón, etc., são a mesma classe e os mesmos partidos patronais que junto às Forças Armadas assassinas massacraram à classe operária durante 150 anos.
O governo dos Kirchner, a oposição gorila dos Carrió, Cobos, Macri, a casta de oficiais, etc. são os continuadores dos massacres comandados pela oligarquia conservadora para liquidar talvez da vanguarda operária que, preparando-se para os festejos do Centenário, o 1 de maio de 1909, durante o governo oligárquico de Figueroa Alcorta, chamou ao assassino de operários Ramón L. Falcón para reprimir uma manifestação convocada pelos anarquistas da FORA (Federação Operária da Regional Argentina, NdT) na Praça Lorea, que deixou 12 mortos, mais de 100 feridos e centos de detentos.
São os continuadores dos que, em janeiro de 1919, reprimiram selvagemmente a greve dos trabalhadores dos Ateliês Metalúrgicos Vasena, que reclamavam a redução da jornada trabalhista de 11 a 8 horas, melhores condições de salubridade, vigência do descanso dominical, aumento de salários e a reposição dos delegados demitidos. A repressão, comandada pelo então jovem tenente Juan Domingo Perón, deixou dezenas mortos e centos de feridos e detentos.
São os continuadores dos assassinos da Patagônia Rebelde que em 1921, ao comando de Yrigoyen e a União Cívica Radical, mandaram a reprimir a greve desatada em Santa Cruz pelos trabalhadores rurais que reclamavam o fim das jornadas trabalhistas de até 16 horas, com salários pagos em bônus e com o domingo como único dia de descanso. O “democrático” governo de Yrigoyen terminou a greve assassinando a mais de 1.500 trabalhadores e com a volta ao trabalho em piores condições, aplicando-lhes todo o peso da patronal vencedora jogando-os como ratos, com essa nefasta Lei de Residência, aos dirigentes e ativistas operários que tinham vindo ao país fugindo da miséria e da guerra na Europa. É a mesma burguesia fiel servente dos interesses ingleses, ianques ou europeus, que hoje desde o governo condena à super-exploração a trabalhadores imigrantes bolivianos, paraguaios, peruanos, etc. Essa mesma classe dirigente burguesa que 80 anos depois, o 20 de dezembro de 2001, assassinou nas ruas a mais de 30 lutadores que enfrentavam ao governo gorila de De La Rúa ao grito de “Que se vão todos, que não fique nem umsó!”
São os continuadores dos entregadores da nação ao imperialismo, que ontem em 1933 assinassem o pacto Roca-Runciman, entrando “como colônia direta na Commonwealth inglesa”, refletido no discurso de Roca (filho) que sustentava que “a Argentina é a pérola mais apreciada da Coroa inglesa” e do que hoje seguem entregando os recursos da nação, como o petróleo e os minerais, e são serventes do imperialismo anglo-ianque que ocupa e saqueia as Malvinas.
Ao igual que a Revolução Libertadora de 1955 e o governo de Frondizi que com o plano Conintes militarizo as fábricas para escarmentar à classe operária como no frigorífico Lisandro da Torre em 1959, os Kirchner recorrem aos mesmos métodos como o demonstrou a militarização de Kraft-Terrabussi do ano passado.
Hoje o governo dos Kirchner quer fazer reconciliar à casta de oficiais assassinas com os explorados. Essa oficialidade que nos 60 se treinava na escola das Américas na Panamá para achatar a ameaça “vermelha” e que atuasse na “Noite das Bastões Longos” e no “Cordobazo”, e que depois despregaria seu máximo arsenal de terror durante a ditadura de 1976-1983. Neste Bicentenário a classe operária não tem nada que festejar! Pelo contrário deve preparar a vingança contra os que brindaram no Bicentenário desde seus camarotes anti-operários, contra a mesma classe burguesa que submeteu aos trabalhadores a 150 anos de massacres e exploração.

A classe operária argentina deve retomar suas melhores tradições de combate revolucionário e internacionalista para derrotar ao regime infame anti-operário do Pacto Social

A história da classe operária argentina atesta que suas páginas de glória, de combates e conquistas, estiveram signadas por sua luta internacionalista e antiimperialista. Pois o mesmo processo de conformação da classe operária teve que ver com milhares e milhares de operários imigrantes europeus que eram expulsos de suas terras e trazidos como mão de obra para produzir à Argentina que começava a industrializar-se para o capitalismo mundial. Mas esses operários chegavam com a experiência do proletariado europeu que já protagonizava enormes combates revolucionários no velho continente.
Assim, os primeiros aumentos salariais e a redução de jornada trabalhista, conquistaram-se com as greves dos trabalhadores tipógrafos em 1878. Greves organizadas pelos operários exilados da gloriosa Comuna de Paris que aterrorizou à burguesia mundial. Tratou-se de uma greve coordenada com os tipógrafos de Montevidéu, Uruguai, o que garantiu sustentar por mais de um mês a greve e impor todas as demandas.A heróica Patagônia Rebelde também foi preparada por operários imigrantes que nos rincões mais longínquos do sul argentino garantiam a organização grevista dos trabalhadores rurais pelo fim das jornadas trabalhistas de 12 a 16 horas e pelo pagamento de salários em moedas, já que a oligarquia terra-tenente pagava com bônus de comida. Os heróicos combatentes da Patagônia Rebelde se consideravam militantes da III Internacional e da revolução russa de outubro de 1917.
Nos anos trinta, onde o proletariado da construção protagonizou greves de caráter histórico, a classe operária argentina ganhou as ruas de Buenos Aires com enormes mobilizações de solidariedade com a classe operária espanhola contra o fascismo e organizavam brigadas internacionais para ir combater à guerra civil contra Franco.
As primeiras conquistas salariais, a jornada trabalhista de 8 horas, melhores condições de trabalho e a organização dos primeiros sindicatos foram enormes combates internacionalistas da classe operária argentina! A tradição histórica internacionalista da classe operária foi liquidada pela traição do stalinismo. O Partido Comunista, com seu dirigente Peter, entregou a gloriosa greve dos frigoríficos em 1945 com a política de colaboração de classes comandada por Moscou. O PC entregou a greve para que Argentina lhe venda carne ao “frente democrático” imperialista na guerra. Esta traição lhe garantiu depois ao peronismo o controle do movimento operário e a liquidação da independência de classe, que tão caro pago a classe operária argentina.
O proletariado deve retomar sua tradição internacionalista e de independência de classe, que é o que liquidaram as direções traidoras para submetê-lo à burguesia. Esta é uma necessidade imediata em momentos em que se agudiza a cada passo o caráter da época de crise, guerras e revoluções ao calor da crise mundial imperialista. As classes dominantes só encontram saída atacando de forma desapiedada à classe operária e os explorados para que paguem a crise. A burguesia argentina está de festa, mas quando estoure o craque chinês seus negócios cairão em picada e os choques violentos entre as classes serão inevitáveis.
Os aliados da classe operária argentina que hoje se rebelam contra o Pacto Social lutando por salário, trabalho e atacando às multinacionais como em Córdoba, Neuquén, Andalgalá e Mosconi, são os operários fabris de Bolívia que enfrentam o Pacto de Evo Morales com o Fascismo da Média Lua; os aliados da classe operária argentina são os explorados gregos e seus combates para que a crise a paguem os capitalistas. Os aliados dos explorados argentinos são os operários que no Quirguistão derrocaram a seu governo anti-operário e se armaram para conquistar o pão, como ontem o fizeram os operários e soldados de Madagáscar no Sul da África. Para conquistar esta unidade há que romper toda subordinação à burguesia que impõem as direções reformistas às organizações operárias em luta, dividindo ao proletariado país por país. Isto só o pode conseguir uma fração internacionalista da classe operária.
Uma fração que seja a fusão dos operários avançados com os internacionalistas da FLTI que combatemos por re-fundar a IV Internacional de 1938 para derrotar às direções traidoras do proletariado mundial e levar ao triunfo à revolução socialista. Esses operários avançados já fizeram uma experiência com a esquerda reformista dos renegados do trotskismo que configuram a esquerda do Bicentenário. É a esquerda de submetimento aos ministérios de trabalho e às falhas “históricas” da justiça patronal (aprovação de leis da justiça burguesa, NdT). É a esquerda para a que “nunca há condições” para coordenar aos trabalhadores em luta, a esquerda que do sustento á burocracia sindical e seus “corpos orgânicos”, são a esquerda da farsa da revolução “bolivariana”. Por isso, e não é de estranhar, a esquerda reformista e os renegados do trotskysmo foram parte do festejo do Bicentenário. PCR, PO, PTS, MST, etc., realizaram um ato o 25 de Maio na Praça Lorea sob a consigna: “por uma definitiva independência” e “pelo não pagamento da dívida externa”. Que canalhas! São continuadores da nefasta política do PC de colaboração de classes, com a que subordinaram todas as lutas revolucionárias das massas do continente às “burguesias nativas progressistas”. Sob o comando do castrismo, de Chávez e de Ju Hintao, a esquerda reformista e os renegados do trotskismo levaram uma e mil vezes à classe operária aos pés da burguesia e suas instituições A vanguarda operária combativa deve romper com esta esquerda do regime infame do “Pacto Social”.
Sob uma direção revolucionária, a classe operária poderá retomar o caminho do internacionalismo proletário e assim assegurar-se o triunfo nos próximos combates que já começam a desenvolver-se na velha Europa, no Oriente Médio ou na China escravizada, e que nesta época de mudanças bruscas, guerras e revoluções, novamente os trabalhadores se verão empurrados ao caminho da revolução.

 
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