Declaração da Liga Trotskista Internacionalista do Peru O Peru profundo Operário e Camponês se levantou contra os planos de fome, entrega e miséria do imperialismo, do regime fujimorista, e o governo assassino Alan García A um ano do massacre a mais de 200 trabalhadores e camponeses a mãos da polícia assassina de Alan García e o regime fujimorista do TLC (Tratado de Livre Comercio, NdT) O massacre da Bagua O 5 de junho de 2009, a polícia peruana armada até os dentes irrompeu na Curva “do Diabo” e na Estação 6 de Petroperú, no departamento da Amazonas tomadas pelos trabalhadores e camponeses pobres amazônicos desde março desse ano. Um desses destacamentos de assassinos foi desarmado por um piquete de camponeses que com essas armas defenderam o bloqueio, numa ação heróica e audaz que marca o caminho a todos os trabalhadores e o povo explorado peruano. Encarceramentos e perseguição dos mineiros da Casapalca Em outubro de 2008 enquanto bloqueavam a carreteira central, os trabalhadores da mina Casapalca se enfrentaram à polícia que tinha ido reprimi-los. No confronto morreu um capitão de polícia, devido ao desprendimento de uma pedra, enquanto eram perseguidos os mineiros entre os morros. Por isso o secretário geral do sindicato mineiro, Pedro Condori, o dirigente Claudio Boza, estão presos no cárcere da Aucallama, desde setembro de 2009, ou seja faz quase 9 meses. Eles foram intervindos na rua, sem ser-lhes avisado que se lhes tinha denunciado penalmente, depois de que se lhes tivesse citado no ministério de trabalho. Em março deste ano foi encarcerado o sub secretário geral do sindicato da Casapalca, Antonio Quispe. Afastados de seus familiares, pela lonjura do cárcere, isolados do apoio da Federação Mineira por obra de sua direção servente do regime, tal como denuncia o mesmo colega Condori, os colegas presos estão adoecendo-se devido aos maltratos e a situação desumana que vivem na prisão do regime fujimorista do TLC. O massacre da Chala Em abril deste ano os mineiros artesanais agrupados na Fenamurpe saíram a combater por defender seus postos de trabalho, ameaçados pelo governo. Ficaram isolados pela direção nacional da Federação Mineira, e da CGTP, quem se negaram a apoiá-los, pese a que a ameaça de ser reprimidos sanguentamente estava clara desde que dias antes o governo militarizara a zona enviando milhares de polícias e decretando o estado de emergência. O 4 de abril foram cercados pela polícia assassina, sendo massacrados na Chala, departamento da Arequipa, no momento que bloqueavam pacificamente a carreteira pan-americana. Cinco mineiros foram assassinados e 80 ficaram feridos, a só 10 meses do massacre da Bagua. Os novos decretos repressivos e anti-operários do governo e o regime Agora o governo agora sacou o fantasma de Sendero Luminoso para descarregar sobre os trabalhadores e o povo uma série de decretos bonapartistas. O primeiro que vão propor é anular de fato a autonomia universitária permitindo que o exército e a polícia entrem nas universidades por ordem do governo, e modificar a eleição e funcionamento do governo universitário, para gerenciar a privatização das universidades públicas. Sem dúvida o seguinte será endurecer ainda mais a legislação penal para reprimir aos trabalhadores e dar-lhe maior liberdade de ação às forças armadas e policiais, para conseguir o sonho dourado dos patrões, qualificar como “terrorismo” o que hoje é “motim”, e poder julgar como “terroristas” aos lutadores de novas “Baguas e Ilaves”, e encerrá-los em prisão de por vida. Aproveitam este momento em que graças ao água jogada em cima das lutas, o governo se salvou de uma greve geral. O água jogada em cima se chama a “reconciliação” que a direção de Aidesep, da mão da direção da CGTP e a esquerda reformista, lanço a princípios de junho. Uma “reconciliação” com os verdugos para jogar água ao fogo da luta contra a exploração do gás O 5 de junho deste ano, a um ano do massacre da Bagua, a direção de Aidesep (Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana) que agrupa às organizações de etnias amazônicas, organizou uma cerimônia na que declararam “Mártires pela defesa da Vida na Amazônia do Peru” tanto aos nativos como aos polícias que perderam a vida aquele dia. Duas pontas duma mesma corda para enforcar aos trabalhadores É um fato que a burguesia peruana, como o faz toda a burguesia, aguçando sua visão, quer estrangular a luta dos trabalhadores e o povo explorado contra a burguesia e o imperialismo. Para isso usa dois agentes, por um lado o semi-bonapartismo com rasgos semi-fascistas que é o regime e o governo atual, que massacra como na Bagua e na Chala, encarcera dirigentes e lutadores e faz perseguição judicial, e decreta novas leis anti-operárias de repressão. Contra a posição de “reconciliação”, que fazer? O estado não é um árbitro imparcial, como querem mostrá-lo os reformistas, senão é um instrumento da classe dominante. Enquanto reúne em suas mãos todo o poder, a burguesia tem mecanismos como o parlamento, a justiça, as forças armadas, com o fim de defender seus interesses e achatar a seus inimigos. Isso se viu na Bagua, no momento de ação, o estado burguês entrou a massacrar aos lutadores, instituiu um terror de classe, desaparecendo a 200 lutadores. A vingança dos lutadores é justa, sagrada; a defesa de nossos irmãos de classe está acima de qualquer ilusão na “justiça” e o “equilíbrio” do estado e o regime ao serviço dos explorados. Os socialistas revolucionários defendemos incondicionalmente o direito sagrado das massas exploradas a defender-se do estado burguês assassino; defendemos sem nenhuma vacilação o direito irrestrito das massas à rebelião. Contra a política de conciliação de classes dos reformistas que falam em nome da classe operária e as massas exploradas; contra os ex trotskistas que inficionam a consciência da classe operária com a fraseologia traidora de companheiro “polícia”, “trabalhadores em uniforme”, etc., os trotskistas, ao mesmo tempo lutamos pela libertação e o fim da perseguição de Alberto Pizango e de todos os dirigentes e lutadores amazônicos, de Pedro Condori e os dirigentes da Casapalca e todos os lutadores operários e populares de Peru, defendemos incondicionalmente o direito inalienável dos trabalhadores e camponeses em luta de defender-se do estado burguês assassino. Para conquistar a liberdade de Condori e Boza, e o fim da perseguição judicial de milhares de lutadores como Alberto Pizango, líder do Aidesep, pelo regime fujimorista do TLC, deve-se fazer a mais ampla unidade de ação com as organizações operárias e populares. É por isso que cremos que a campanha que impulsionam a Conlutas e a Intersindical do Brasil, a UNT venezuelana, os Fabris da La Paz-Bolívia, Batay Ouvrie do Haiti, a Coordenadora da resistência da Honduras, sindicatos do Uruguai, Equador, Colômbia, França, Grécia, agrupados no CONCLAT e seu Encontro Internacional de trabalhadores, em junho deste ano, pese às boas intenções de delegados de base nesse congresso, tem importância pelo apoio que recebeu de numerosos representantes de organizações vivas da classe operária, mais não é conseqüente. Porque esse congresso se opôs do encaminhamento proposta pelos fabris revolucionários da La Paz (Bolivia), que exigiram votar a denúncia e o combate contra os governos “bolivarianos”. Isto é, nega-se a combater aos dois agentes com os que os patrões e o imperialismo querem enforcar nossas lutas, para apoiar ao setor bolivariano. Não impede nada a estas organizações a convocar ações de massas a nível continental e inclusive inter continental, pela liberdade dos presos e perseguidos por lutar contra o putrefato capitalismo, sob a bandeira dos fabris da La Paz: Combater aos governos “bolivarianos”! Mais uma ação no Peru decidida, que golpeie no poder central, será necessária para poder ver livres e sem acusações judiciais a nossos irmãos de classe. Só um combate encarniçado e sem quartel contra o regime fujimorista do TLC e seu quarto governo, Garcia, abrirá as portas das cárceres para Pedro Condori, os lutadores da Bagua, parará a ofensiva anti operária com decretos repressivos, privatizações, entrega do gás da Camisea ao imperialismo, e as fechasse para os verdugos García, Toledo, Fujimori, a alta oficialidade e seus colaboradores. Essa ação de massas esta ainda sobre o centro de mesa, é a GREVE GERAL DE MASSAS. Abaixo a legislação repressiva do regime! Nenhuma reconciliação nacional com o governo Alan García, seu polícia e sua casta de oficiais assassinos de operários e camponeses pobres! Abaixo o governo assassino Alan García e o regime fujimorista do TLC, que ata à nação peruana ao imperialismo!
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