COM UMA GRANDE AÇÃO INDEPENDENTE DE MASSAS QUE DESARMOU À POLÍCIA ASSASSINA NAS RUAS, QUE OCUPOU A CASA DE GOVERNO E DERROTOU AO GOVERNO DE BAKIEV O AGENTE DE OBAMA
NO QUIRGUISTÃO ESTOUROU A REVOLUÇÃO PROLETÁRIA!
A CLASSE OPERÁRIA MUNDIAL DEVE SEGUIR O CAMINHO DOS OPERÁRIOS E CAMPONESES KIRGUIZESPARA QUE A CRISE A PAGUEM OS CAPITALISTAS!
No Quirguistão, ex república soviética muçulmana do centro da Ásia, a burguesia e o governo de K. Bakiev, agente de Obama, empurrados pela crise econômica mundial imperialista, descarregaram um brutal ataque contra as massas. Um aumento de 200% nos serviços de eletricidade e água, como assim também dos combustíveis e telefones móveis, fizeram que aumentassem de forma abrupta todos os elementos básicos. Ante semelhante ataque as massas irromperam, o passado 7 de abril, com uma enorme ação de massas espontânea que derrotou e desarmou à polícia assassina pondo em pé milícias operárias, ressurgindo os kurultays -assembléias populares-, ocupando os edifícios governamentais, queimando as delegacias e derrocando ao governo assassino de K. Bakiev, deixando nas ruas mais de 500 mártires.
O que motorizo estas ações revolucionárias de massas foi o incessante aumento da carestia da vida. Os explorados compreenderam que sem derrotar nas ruas ao governo e sua polícia assassina não há possibilidade de conquistar o pão numa nação afundada pela burguesia num fenomenal crash. Quirguistão vinha de ter um crescimento anual do 8,4%, para cair em 2009 a um 2,3% de forma abrupta, e a burguesia se jogou a que sua bancarrota a paguem os explorados. Por isso, o governo do derrotado K. Bakiev vinha tentando impor uma bonapartização ainda maior do regime policial, aumentando sua escalada de perseguições aos lutadores operários, assassinando e encarcerando aos líderes dos partidos da oposição, fechando canais de televisão e páginas web que tinham uma política crítica com o governo.
Durante os primeiros dias de abril, as principais cidades de Quirguistão se povoaram de mobilizações e barricadas. Cada derrota aplicada à polícia pelas massas obtinha como resultado uma nova milícia operária marchando sobre a cidadela do poder para derrotar ao governo e frear o ataque dos capitalistas. As mobilizações em massa começaram a dar-se a partir da terça-feira 6 de abril nas capitais de províncias ou departamentos pertos à Capital como em Devastas, Naryn e Choi. Em Devastas, 10 mil pessoas se mobilizaram desde os bairros operários tomando as delegacias, prendendo-as fogo e armando-se enquanto se dirigiam à casa de governo. Ali, foram recebidos por uma forte repressão policial que respondeu com rajadas de metralhadora e munições de alto calibre, com granadas de mão e gases lacrimogêneos, assassinando a vários manifestantes. Mas a mobilização superou ao cordão policial e chegaram até o palácio de governo, sacando do edifício ao Ministro do Interior e pateando-o até o cansaço. As massas derrocaram ao governo de Devastas e puseram em seu lugar um governador reconhecido por eles. Algo similar sucedeu em Naryn e Choi.
Muitos dos manifestantes marcharam depois sobre Bishkek, a capital do país, onde a quarta-feira 7, o setor burguês “opositor” estava chamando a realizar uma mobilização “pacífica e em silêncio”. Mas a mobilização, de arredor de 5000 operários e jovens explorados, superou à oposição de Roça Otumbayeva, e se enfrentou a uma brutal repressão com a polícia anti motim que atirava a queima roupa contra os manifestantes. Nessa verdadeira batalha campal, que deixou um saldo de arredor de 100 mortos e 1000 feridos, as massas derrotaram à polícia que fugiu como rata enquanto os manifestantes a espancaram, apedrejavam e lhe tiravam as armas. Uma vez desarmada a polícia, as massas se tomaram por assalto a Casa Branca (nome que leva o edifício presidencial), o Parlamento e diferentes edifícios governamentais, como assim também a central de polícia, que terminaram totalmente incendiados e destruídos. Também correu a mesma sorte a mansão de Bakiev, que foi saqueada e incendiada, onde os manifestantes mostravam ante as câmaras de televisão uma foto da mulher de Bakiev com um colar de diamantes e diziam “olhem estes diamantes, enquanto nós mal temos para sobreviver”.
Como parte das ações revolucionárias, hoje, centos de desempregados, tomaram em suas mãos a resolução do problema da moradia. Com paus e pedras, e as armas tomadas à polícia, desapropriam as terras dos fazendeiros instalando assentamentos nas cercanias das cidades, onde encontram mais possibilidades de sobreviver.
Na revolução de 2005, já as massas se tinham tomado as terras dos arredores de Bishkek e desde então milhares de pessoas vivem ali nas vilas que construíram sem permissão e por isso sem direito a nenhum serviço social. Agora os desempregados querem fazer o mesmo, mas exigem que os servidores públicos legalizem as tomadas, para o qual mais de 1000se enfrentaram com a polícia.
Também os deficientes, ao redor de 200, tomaram-se a casa do filho de Bakiev -a parte que não foi totalmente queimada o 7 de abril- para convertê-la num refúgio, centro de reabilitação ocupacional e hospital para deficientes, porque a subvenção que dá o governo é de 15 dólares por mês. Por isso estão fazendo um abaixo assinado, que por agora tem 1500 assinaturas, exigindo que o governo legalize a ocupação.
Frente a isto e as tomadas de terras, o governo decretou que até junho -isto é, até que se realize o referendum- não se poderão fazer transferências de nenhum tipo de propriedade privada e decretou ademais a criminalização de tomadas de fábricas e estabelecimentos.
Viva as ações independentes das massas em Quirguistão!
Começou a revolução, viva a revolução!
A classe operária não deve deter sua marcha: Nenhum apoio ao governo burguês provisório!
Há que centralizar os organismos de luta da classe operária e suas milícias, destruir a casta de oficiais das FFAA e a base militar ianque e impor o poder operário e camponês mediante uma insurreição triunfante!
Esta heróica ação independente das massas derrotou nas ruas ao governo assassino de Bakiev,desarmou à polícia e deixou em ruína ao Estado e ao regime burguês. No entanto por não contar com uma direção revolucionária a sua frente, o proletariado não tomou o poder expropriando à burguesia e impondo um governo operário e camponês, o único governo que pode resolver as diligentes necessidades das massas. Isto foi aproveitado pelos impostores da burguesia da “oposição” que tentam apropriar-se da revolução da classe operária quirguiz e que puseram a Roza Otunbayeva no poder.
Este não era o plano inicial da burguesia opositora, que consistia em pressionar ao governo de Bakiev. Rosa Otunbayeva vinha chamando a mobilizações e protestos reclamando a democratização do regime e utilizando estas mobilizações para negociar um progresso das eleições. No entanto, o protesto das massas se lhes foi de controle porque estas irromperam de forma independente pondo em xeque ao Estado e o regime.
É que precisamente, prévio à ação de massas que derrocou a K. Bakiev estava-se preparando um governo de unidade com o partido de Otunbayeva, onde se retirariam alguns ministros e servidores públicos do governo para ser substituídos por gente da “oposição” por causa do grande desprestigio e ódio que possuí ao governo de Bakiev e seu regime policial ante as massas. A ação da quarta-feira 7 fez voar pelos ares este plano. O governo de Otunbayeva admitiu que “não se esperavam chegar ao poder desta maneira, tudo foi muito rápido”. Este “governo provisional” é o que decidiu aquartelar ao exército -de acordo com as ordens recebidas do novo “Zar” Putín herdeiro dos Romanov que conhecem de revoluções- e não o usar para reprimir por medo a que a enorme mostra de decisão das massas e seu parcial armamento, termine por partir, com os soldados rasos passando a defender aos explorados. Este governo provisório decretou o toque de recolher mas este não se respeita e a polícia que seguia sem poder sair às ruas hoje se nega a trabalhar e se mobilizou ao Ministério de Defesa, exigindo a renúncia do ministro do Interior. Alarmados, o presidente russo, Dimitri Medvedev, junto ao ditador Islã Karimov de Uzbequistão, disseram publicamente que em Quirguistão o Estado já não existe e “há que o reviver” para evitar “a balcanização da região” ou “um novo Afeganistão”. As condições do governo encabeçado por Otunbayeva são de uma absoluta debilidade, e está fundamentalmente sustentado pela base militar ianque e por Rússia. Por isso é que preventivamente está chamando à realização de eleições parlamentares e possivelmente presidenciais para o 10 de outubro e a um referendum para o 27 de junho, a fim de conferir sobre a reforma constitucional, enquanto se decretaram dois dias de duelo pelos mortos na mobilização.
Assim mesmo, para favorecer sua “imagem democrática”, propõe que vai julgar a todos os que tenham participado no governo de Bakiev e seus negócios. Assim, já extraditou de Rússia ao ministro do Interior ao que se cria morto e em realidade estava ali hospitalizado, agradecendo-lhe a Moscou que o tenha devolvido a Quirguistão para assim poder julgá-lo.
Isto provocou que Bakiev retirasse sua renúncia, ainda que se mantendo fora do país acusando ao governo provisório de não cumprir com sua parte do trato,que era não tocar a sua família, muitos dos quais seriam membros do governo.
A resposta do governo foi pedir a extradição de Bakiev que está em Bielorrússia, em nome do tratado de assistência mútua que existe com esse país.
Quirguistão está localizado num lugar geopolítico estratégico. Era antigamente o que se conhecia como a “rota da seda” e quem possua o controle dessa região hoje, controla o passo a Ásia, Oriente Médio e Rússia.
A restauração do capitalismo nas ex repúblicas soviéticas a partir de 1989, permitiu-lhe ao imperialismo ianque instalar em Manas, Norte de Quirguistão,uma base aérea desde onde se apetrecham e rotam mensalmente 50 mil soldados entre marines,que somam ao redor de 35 mil, e tropas da OTAN,e é desde ali onde se garante a ocupação de Afeganistão.
Ao mesmo tempo Rússia com seu exército contra revolucionário joga o papel de polícia interna em diferentes ex repúblicas soviéticas como em Quirguistão, ao mesmo tempo em que massacra em nacionalidades que oprime como a Chechena e Osetia do Norte.
No Quirguistão possui uma base militar em Kant, muito cerca de Manas, onde enviou 150 pára-quedistas e Putin saiu imediatamente a reconhecer ao governo de Otunbayeva, para que este lhe garanta que a insurreição quirguiz não se estenda ao resto dos países da zona, o que imediatamente poria ao ordem do dia o início da revolução na própria Rússia.
No Quirguistão ficou estabelecido um duplo poder: por um lado o das massas mobilizadas, as assembléias populares que ressurgiram novamente e suas milícias operárias. Pelo outro, um governo burguês ultra débil sustentado por um regime e Estado em crise que se mantém em pé pelo sustento do imperialismo e sua base militar, e pela nova burguesia russa que se joga a vida em impedir uma nova revolução de Outubro triunfante numa ex república soviética.
Por isto, segundo o calendário da Revolução Russa de 1917, estamos ante uma “revolução de Fevereiro” já que as massas derrubaram ao governo, estabeleceram um regime de duplo poder, mas ainda não avançaram à tomada do poder e esta é a tarefa imediata que têm por diante as massas no Quirguistão.
As massas devem fortalecer as milícias operárias marchando sobre os quartéis, e que cada quartel se converta em conselho de soldados que destrua a casta de oficiais do exército! A insurreição do Quirguistão deve avançar em destruir a base militar ianque! Há que expulsar às tropas russas de Kant, essa polícia interna repressora da nação quirguiz!
Para conquistar o pão, o trabalho, a terra e a independência nacional, a classe operária e as massas não devem reconhecer nenhum governo burguês, porque da mão, hoje, da Otunbayeva não obterão nem o pão, nem a terra nem moradias dignas!
Para isso, não devem deter sua marcha, suas mobilizações, as atuais ocupações das terras, as ocupações de fábricas. Há que procurar o pão onde está: há que desapropriar a toda a burguesia imperialista, nativa urbana e rural!
Para isso as massas armadas insurrecionadas desde os organismos de luta que conquistaram, desde as assembléias populares -kurultays- que tinham desaparecido depois de 2005 e que hoje ressurgem, devem pôr em pé e centralizar-se num forte organismo de operários, camponeses e soldados armados. A tarefa do momento é preparar uma insurreição triunfante para que a classe operária tome o poder.
E este é o único caminho para desapropriar à burguesia e restaurar a ditadura do proletariado sob formas revolucionárias!
O imperialismo e a burguesia internacional sustentam ao governo provisório de Otunbayeva
O caráter internacional da revolução no Quirguistão
Toda a política atual do governo burguês provisório junto ao imperialismo é para estabilizar rapidamente esta região altamente conflitava. É que Quirguistão, uma ex república muçulmana soviética, encontra-se localizada na fronteira nordeste da China e ao norte do Afeganistão e cerca da fronteira com Cazaquistão desde onde o imperialismo ianque garante a ofensiva contra revolucionaria e de ocupação do Afeganistão.
Assim é que Rússia e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) saíram de imediato a dar seu apoio ao governo provisório da Otunbayeva, inclusive economicamente. Mais tarde, vendo o desenvolvimento dos acontecimentos, enviados diretos do governo de EUA reuniram-se o 15 de abril com enviados de Rússia, a OSCE e a ONU em Cazaquistão. Mediante conversas telefônicas diretas dos presidentes desses países se ditou a K. Bakiev sua carta de renúncia e as condições da mesma para que a presente ante o governo provisório. Esta “missão de paz” convenceu ao governo provisório de deixá-lo partir a Bakiev “para evitar mais vítimas”, isto é para apaziguar às massas que dominam as ruas da nação quirguiz. É evidente que as diferentes potências imperialistas fecharam filas para evitar que a “revolução de fevereiro” quirguiz se aprofunde e tombe ao débil governo provisório, estendendo-se a Uzbequistão, e Tajiquistão e, sobretudo a Rússia, em momentos em que Putin tem que sair a reavivar os fogos nacionalistas contra Chechena e Daguestão para opacar as manifestações contra seu governo ante a brutal crise econômica.
O terror que lhes provoca a irrupção da revolução quirguiz e que esta se cole nas nações da região é o que lhe faz manifestar a Medvedev, presidente de Rússia, sua preocupação para que prontamente se “restaure o Estado no Quirguistão” já que o mesmo “não existe neste momento.” Enquanto Islã Karimov, que preside Uzbequistão teme que a instabilidade nesse país “se volte permanente”. E com temor recordava, que semanas depois da revolução “das tulipas” em 2005, começou um enorme levantamento contra seu governo, levantamento que “deveu ser esmagado” brutalmente.
Por isso o triunfo da revolução no Quirguistão é inseparável da tarefa imediata de destruir a base militar ianque, tomar o poder expropriando à burguesia e estender a revolução a Tajiquistão, Uzbequistão, Turkmenistão, Cazaquistão, impondo a restauração da ditadura do proletariado sob formas revolucionárias. Por uma Federação de repúblicas soviéticas muçulmanas!
O triunfo da revolução proletária é de vida ou morte para as massas exploradas da região, já que o imperialismo que é reação em toda a linha, não permite que surjam nações independentes nem novas potências imperialistas; se esta não triunfa o imperialismo ocupará Quirguistão, o partirá desmembrando, com balcanização na região e imporá piores condições de fome, miséria e escravatura transformando a estas nações em novos protetorados, tal como o fez com Iraque.
Ao mesmo tempo, isto daria um enorme impulso revolucionário à resistência afegã, iraquiana, palestina e de tudo Oriente Médio contra o invasor imperialista. Porque um governo operário e camponês quirguiz poderia disputar-lhe a resistência afegã a direção burguesa, para que possa avançar em expulsar ao imperialismo com uma revolução que instaure a ditadura do proletariado em Afeganistão.
Da mesma maneira, uma revolução triunfante no Quirguistão, seria um enorme impulso para a resistência chechena contra as tropas brancas do açougueiro russo Putín e impulsionaria o combate do proletariado em todas as ex repúblicas soviéticas, onde a restauração capitalista provocou a maior das catástrofes contra as massas.
Mas fundamentalmente, o proletariado e as massas quirguizes lhe marcam o caminho pelo que deve avançar a classe operária grega para derrotar o ataque de Papandreu e dos parasitas do capital financeiro ianque e alemão, e que a “Chispa na Atenas” incendeie Paris e toda a Europa Imperialista com a revolução socialista. Esta é a verdadeira fortaleza da ação das massas no Quirguistão.
A revolução no Quirguistão é o principal aliado dos centos de revoltas camponesas contra a burguesia dos “mandarins” vermelhos do PC chinês, e da heróica luta dos operários metalúrgicos de Tonghua e Lingzou que fizeram rodar a cabeça de seus patrões, revoltas e heróicas lutas políticas dos operários e camponeses que só podem triunfar abrindo a terceira revolução chinesa.
No entanto, a revolução quirguiz não pode sustentar-se se não se desenvolve como uma única e mesma revolução socialista em todos os ex Estados operários, começando pela Rússia “dos novos Zares e seu exército branco contra revolucionário”.
A classe operária russa que vem levantando-se em mais de 50 cidades contra o ataque de Putín, não pode nem sonhar com derrotar o ataque do novo “Zar” dos stalinistas devindos em burgueses, se não levanta as demandas democrático revolucionárias das nações oprimidas pela Rússia capitalista. O proletariado russo deve levantar o grito de Vocês “fazem as guerras, nós pomos os mortos” Fora as tropas russas do Quirguistão! Fora o assassino Putín e seu exército branco da Chechena Pela derrota do exército russo e pelo triunfo da resistência chechena! Por uma Chechena independente operária e socialista! Por um Quirguistão soviético operário e socialista!
A classe operária russa deve impor a unidade coma classe operária de Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Letônia, Lituânia, e Ucrânia para derrotar ao imperialismo ianque propondo em primeiro lugar: O inimigo esta em casa, é Putín, a burguesia russa e seu exército branco opressor e assassino! Só neste caminho, o proletariado russo poderá derrotar o ataque de seu governo e acaudilhar o combate pela restauração da ditadura do proletariado sob formas revolucionárias. Esta é a tarefa que se desprende da heróica revolução posta em marcha pelos operários e camponeses de Quirguistão.
A direção revolucionária que precisam para guiar este combate ao triunfo é a IV Internacional re fundada em base o seu programa de 1938 o partido mundial da revolução socialista, inimigo irredutível das direções traidoras do proletariado.
O reformismo se chamou ao silêncio frente à revolução quirguiz. Seu silêncio não é paralisia, é a política de cercar a revolução desde as aristocracias e burocracias operárias dos países imperialistas e seus partidos reformistas de stalinistas e renegados do trotskismo. Assim o fizeram ontem com a grandiosa revolução em Madagáscar hoje cercada. Essas direções agrupadas no Foro Social Mundial e agora no V Internacional conspiram para levar ao proletariado à derrota. Vêm-no fazendo com o combate das massas gregas para que não acaudilhe a revolução em toda a Europa imperialista e assim o vêm fazendo no Latino América sustentando os pactos contra revolucionários das burguesias bolivarianas e o imperialismo vestido de Obama contra as massas.
São estes pactos contra revolucionários que atuam na Bolívia, na Colômbia, na Venezuela e recentemente na Honduras os que hoje permitem que a burocracia restauracionista dos irmãos Castro esteja avançando na restauração capitalista na Cuba. A revolução em Quirguistão é a força que precisa o proletariado cubano para sublevar-se contra a restauração capitalista e impedir uma enorme derrota para a classe operária mundial.
A FLTI localizada na barricada das massas revolucionárias de Quirguistão tem suas forças empenhadas em conquistar um Comitê Re-fundador da IV Internacional de 1938 para devolver-lhe ao proletariado sua direção revolucionária.
SECRETARIADO DE COORDENAÇÃO INTERNACIONAL DA FLTI
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A RESTAURAÇÃO CAPITALISTA AFUNDOU NA MISÉRIA E POSTRACIÓN A QUIRGUISTÃO E AS EX REPÚBLICAS SOVIÉTICAS
Só a restauração da ditadura do proletariado sob formas revolucionárias nos ex Estados operários pode salvar às massas da barbárie
A restauração capitalista nos ex Estados operários, isto é, o aborto da revolução política no ’89, a imposição nos Estados operários deformados e degenerados de governos burgueses restauracionistas –como os de Askar Akaev, Roza Otunbayeva e K. Bakiev- que impuseram a liquidação do monopólio do comércio exterior, da propriedade coletiva dos meios de produção e da economia planificada, interromper a ditadura do proletariado nos ex Estados operários do Leste europeu, em Rússia e em China. Isto significou uma verdadeira catástrofe para as massas. As nações que conformavam a ex URSS “serão independentes” da Rússia, mas ficaram como colônias ou semi colônias do imperialismo, o que permitiu a instalação de bases militares e milhares de tratados econômicos que configuram as cadeias de domínio imperialista sobre essas nações.
Este triunfo contra revolucionário, –graças à casta stalinista que deveio em burguesia- significou o desmembramento das forças produtivas das pequenas nações que estavam entrelaçadas nas ex URSS.
Quirguistão, ex república soviética muçulmana de pouco mais de 5 milhões de habitantes, ficou totalmente desindustrializada, com uma infra-estrutura industrial que ficou completamente obsoleta levando a uma enorme pobreza e miséria às massas. Atualmente, o rendimento per capita é de 740 dólares. A esperança de vida é de 65 anos para os homens –que maiormente morrem por alcoolismo- e de 75 para as mulheres. A metade da população sobrevive como pequenos camponeses ou operários rurais nas numerosas e isoladas aldeias agrícolas, especialmente no sul. A maioria dos operários industriais ficaram desempregados –aprofundando-se na crise econômica mundial atual- e se vêem obrigados a trabalhar como vendedores ambulantes tanto no Quirguistão como no Uzbequistão; os jovens, que são a maioria dos desempregados, têm que se oferecer como mão de obra escrava no Cazaquistão e na Rússia para as colheitas ou na construção. O 40% do PBI quirguiz o constituíam até 2009as remessas dos 500-800.000 trabalhadores quirguizes imigrantes permanentes ou andorinhas nesses países. A crise mundial reduziu drasticamente essa entrada de subsistência para suas famílias, aumentando a miséria e o desespero.
A catástrofe que significou a restauração do capitalismo no Quirguistão a converteu, de fato, numa semi colônia do imperialismo que saqueia suas riquezas naturais como são o petróleo, o gás, suas grandes reservas de mercúrio, ouro e urânio, a produção de fumo e algodão para a exportação, como assim também as reservas de água que alimentam as centrais hidrelétricas para a produção em China. O ano passado a burguesia rasteira de Quirguistão renegociou o aluguel da base militar ianque triplicando o pagamento de 20 a 60 milhões de dólares, junto a 175 milhões de dólares mais do que pôs o imperialismo ianque “para infra-estrutura”, além de fechar suculentos contratos para abastecimento de combustível e logística para a base.
A burguesia rasteira de Otunbayeva, como toda burguesia nativa, não pode dar nenhuma saída às necessidades das massas que se levantaram contra a carestia da vida. Com seu discurso de DDHH, o máximo que poderá dar o governo provisório é um pouco de maquiagem “democrática”. Mas já ficou demonstrado em 2005 com a chamada “Revolução das Tulipas” com a que as massas derrocaram a Akayev, que ao não intervir de maneira independente da burguesia, foi outro setor burguês, o da “oposição” (que nesse momento encontrava a Bakiev e Otunbayeva da mão o que ficou com o poder e levou a Bakiev ser presidente. Bakiev ingressou ao governo pregando uma política de Direitos Humanos e de democratização do regime, mas rapidamente bonapartizó o regime dissolvendo o parlamento em várias oportunidades. O governo que caiu a mãos das massas revolucionárias era o governo burguês dos Direitos “Humanos” e a “democracia”.
Quirguistão tinha conquistado seu caráter de nação com a revolução proletária de Outubro de 1917 dirigida pelo Partido Bolchevique de Lenine e Trotsky, como parte de uma Federação de Repúblicas Socialistas. Hoje, a 20 anos da restauração capitalista nos países do este de Europa e da ex URSS começou o trecho final da carreira por definir de que potência imperialista serão colônias, semi colônias ou protetorados diretos. É que a localização definitiva desses Estados na divisão mundial do trabalho ficou indefinida em 1989, como já definíssemos em 1999. Denominamos a estes países como capitalistas transitórios, já que o imperialismo não conseguiu resolver a seu favor o confronto entre revolução e contra revolução a escala mundial. É que o destino histórico destes Estados só pode estar determinado pelo resultado da luta de classes internacional: “ou o proletariado, e nele seus batalhões mais concentrados, as classes operárias dos países imperialistas, avançam no caminho da revolução proletária, dando impulso não já a uma revolução política, senão a uma revolução social nos Estados capitalistas transitórios, que restaure a ditadura do proletariado sob formas revolucionárias, que volte a desapropriar aos novos ricos e às propriedades imperialistas bem como aos bancos, que re imponha o monopólio estatal do comércio exterior, a economia planejada, e uma genuína democracia soviética; ou a contra revolução triunfante mediante crash, guerras, esmagamentos e derrotas históricas do proletariado internacional termine de incorporar a estes Estados à divisão mundial do trabalho como semi colônias, colônias ou protetorados diretos”. (“Os acontecimentos de 1989. A atualidade do programa dos revolucionários e os combates da classe operária mundial a fins do século XX”. Editorial R. Klement 2000). Por isso o levantamento das massas em Quirguistão põe à ordem do dia a tarefa histórica do proletariado quirguiz: a restauração da ditadura do proletariado sob formas revolucionárias nos países da ex URSS.
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