Bolívia
No passado domingo 25/09 o governo de Morales deu a ordem a sua polícia anti-motins de varrer aos tiros o acampamento que armava na localidade de Yucumo, departamento de Beni, mais de 2000 camponeses dos povos Xirionó, Chimán, Yaracaré e Trinitario, que se encontravam ao lado da estrada descansando depois de mais de 43 dias e 275 quilômetros de marcha para La Paz.
O servente do imperialismo, Evo Morales, reprime aos camponeses pobres para garantir a construção de uma estrada ao serviço das transnacionais imperialistas que saqueiam o continente.
O saldo desta sangrenta repressão contra os camponeses, a quem o governo acusava de ser “agentes da CIA”, foi de pelo menos 4 mortos (2 meninos e dois adultos), 40 desaparecidos, dezenas de feridos e centos de detentos, que finalmente foram libertados pela heróica ação das massas que sublevadas tomaram o aeroporto de Rurrenabaque e fizeram fugir à polícia do local.
Ante a enorme luta que vêm dando os camponeses do TIPNIS, a burocracia da COB e da Federação Mineira montaram um verdadeiro cerco. Deram-lhe as costas. Negaram-se a convocar a uma só medida de luta para que os camponeses não fiquem isolados. Isto foi o que “limpou” o caminho para que Morales perpetrasse este massacre. Depois disto, tiveram que chamar a uma paralisação, mas os operários e camponeses de toda a Bolívia, apesar e na contramão da burocracia colaboracionista da COB, ganharam as ruas e em luta política de massas impuseram uma verdadeira Greve Geral Revolucionária.
Digamos a verdade: foram dezenas de milhares de camponeses e trabalhadores os que, forjando a temida aliança de classes que assusta à burguesia e à burocracia, irromperam em toda a Bolívia novamente seguindo o caminho da luta contra o “gasolinaço” de Evo Morales. Ontem, em 2010, contra esse impostaço ao serviço das petroleiras imperialistas, o grito das massas era “Evo cabron espera-te o paredão” e “Evo, Goni, a mesma porcaria”; e hoje, em 2011, como podia ser visto nas bandeiras que encabeçavam as principais marchas, o grito que vibrou foi “Esmagar ao governo de Evo, genocida” e “Expulsar às transnacionais”.
Se esta monumental jornada revolucionária não terminou ainda com a cabeça de Morales rodando, como em Líbia, Tunísia e Egito, aconteceu com as de Khadafy, Ben Alí e Mubarak, foi porque a burocracia da COB e da Federação Mineira, e seus sustentadores do POR, impediram que os mineiros de Huanuni marchassem, com dinamite na mão, a unir com as massas do El Alto revolucionário, onde se cantava a viva voz: “Evo treme, Outubro está perto”. Viva a luta revolucionária da classe operária e os camponeses pobres!
Que volte a dinamita do mineiro e El Alto como o “Quartel Geral da Revolução”!
Fora Morales, assassino de operários e camponeses!
Abaixo o pacto do MAS e a oligarquia crucenha, à que o governo lhe garante as melhores terras!
Para que a luta dos trabalhadores e os camponeses pobres triunfe…
Há que retomar o caminho do 2003-2005 e soldar a aliança revolucionária operária e camponesa, para derrotar o pacto contrarevolucionário do governo de Morales e a Média Lua fascista, abençoado pela OEA!
Há que lutar como a classe operária e as massas em Líbia, Egito, Tunísia e Chile!
Ponhamos em pé a milícia operária e camponesa para barrar o ataque do governo! Há que dissolver à polícia e todas as forças repressivas do estado!
Há que esmagar às bandas fascistas da Média Lua que em 2008 assassinaram a dezenas de explorados em Beni e Pando! Há que destruir a casta de oficiais banzerista do exército de Morales!
Por comitês de soldados rasos, que passem com suas armas à milícia operária e camponesa!
Por um Congresso de delegados de base da COB, junto aos camponeses pobres!
Há que impor que a COB rompa sua subordinação ao governo de Morales! Fora os ministros da COB do governo! Eles também têm as mãos manchadas de sangue! Abaixo a burocracia colaboracionista da COB!
Por um governo revolucionário da COB e os camponeses pobres sublevados contra o governo assassino e servente do imperialismo! Todo o poder à COB!
Abaixo a estrada das transnacionais do território do TIPNIS! Expropriação sem pagamento da oligarquia agrária, começando pelos fazendeiros da Média Lua, para dar-lhes a terra aos camponeses pobres!
Nacionalização sem pagamento e sob controle dos trabalhadores de todas as mineradoras e os hidrocarbonetos!
Expropriação sem pagamento e sob controle operário de todos os monopólios imperialistas, suas fábricas, bancos, terras e propriedades, e a toda a burguesia nativa! Aí está o dinheiro para financiar todas as demandas dos explorados.
“Fora todos, que não fique nem um só” dos governos bolivarianos assassinos e serventes do imperialismo!
Não é novidade que Evo Morales manche suas mãos com o sangue operário e camponês; em 2008, ele e suas Forças Armadas assassinaram em Caihuasi a dois mineiros. Atua como sua amiga a Kirchner na Argentina, quando em Vila Soldati, em 2010, milhares de operários bolivianos, paraguaios e argentinos ocuparam o Parque Indoamericano lutando por moradia digna. Ali, ela e Macri (Chefe de governo da Capital Federal, NdeT), com suas forças repressivas assassinaram a três trabalhadores, enquanto Evo Morales tratava aos mesmos trabalhadores de “delinqüentes” e lhes dizia “que voltem para Bolívia onde iam ter sua terra”. ASSASSINOS!
Cobrem-se as costas entre eles, porque Morales e Kirchner são os chefes dos patrões escravistas que mantêm a milhões de operários imigrantes trabalhando em oficinas de “cama quente” e nas obras de construção na Argentina. Tudo isto garantido pelos traidores da burocracia da COB de Bolívia e seus pares da CGT e a CTA da Argentina.
Tão inimigos da classe operária são os “bolivarianos”, que a “presidenta” Kirchner –essa assassina dos camponeses de origem Qom, que defendiam suas terras em Formosa- mandou, faz dois meses, a reprimir selvagemmente aos explorados que em Ledesma (Jujuy) brigavam por moradia digna. Ali caíram assassinados três trabalhadores; no mesmo tempo que centos de trabalhadores bolivianos eram perseguidos e deportados.
Esta é a verdadeira cara dos governos “bolivarianos”, serventes de Obama, Wall Street e todas as pandilhas imperialistas! Morales, Kirchner e Chávez são os Khadafy da América Latina! São os sócios dos irmãos Castro que, junto a Obama, estão restaurando o capitalismo em Cuba e vão despedir a um milhão de trabalhadores! Os “bolivarianos” são tão anti-operários como os governos lacaios do TLC, que em Chile da mão de Piñera, sustentado pela Concertação e o PC, vêm de assassinar ao jovem Manuel Gutiérrez!
A classe operária e os explorados do Brasil devem encabeçar este combate, impondo a ruptura de suas organizações -como a Conlutas e a Intersindical, dirigidas pelo PSTU e o PSOL- com a burocracia pelega da CUT e a burguesia cipaya. Há que enfrentar ao governo de Dilma-Lula que financia a contas das transnacionais imperialistas e a OAS, a estrada que expulsa de suas terras aos camponeses do TIPNIS boliviano!
Na Argentina, desde todas as organizações operárias e estudantis combativas devemos ganhar as ruas com paralisações, mobilizações e marchas à Embaixada boliviana, no caminho de impor-lhes à CGT e a CTA a greve nacional em apoio a nossos irmãos bolivianos e por todas nossas demandas. Que os partidos que integram a “Frente de Esquerda” e todas as correntes e organizações que se reivindicam da classe operária rompam com sua subordinação aos “bolivarianos” e ponham já mesmo todas suas forças ao serviço desta luta!
Basta de massacre e repressão! Tribunais operários e populares para julgar e punir a todos os assassinos da classe operária latino americana!
Há que lhes declarar a guerra aos burgueses bolivarianos e seus governos assassinos! Há que expropriar às transnacionais para conquistar todas nossas demandas! O que se merecem os exploradores é que volte a revolução argentina de 2001! Que volte a se pôr de pé a revolução cubana atirando aos burocratas, serventes do imperialismo! Que voltem os cordões industriais do Chile como em 73!
Há que organizar um mesmo combate internacionalista contra os bolivarianos e a burocracia colaboracionistas!
A classe operária levanta-se contra essa burguesia bolivariana que veio a expropriar a revolução e a luta antiimperialista das massas do continente, para garantir a continuidade do saque imperialista de nossas nações. Em Bolívia disse-se basta e pede-se pela cabeça do Evo Morales!
A classe operária e os camponeses de Bolívia propõem um caminho para toda a classe operária do continente na luta contra a burguesia bolivariana e os burocratas traidores. As massas revolucionárias estão fazendo realidade o encaminhamento de “lutar contra a demagogia dos governos bolivarianos e as burocracias colaboracionistas” que os trabalhadores fabris de La Paz fizeram ao CONCLAT (“Congresso da Classe Trabalhadora”, reunido em junho de 2010 em Santos, Brasil), onde correntes como o PSTU, o PSOL, os NPA e demais renegados do trotskismo, se negaram a votar, para sustentar à podre burocracia da COB que sustenta ao governo de Morales.
Rompam com esta política de subordinação aos bolivarianos, ou demonstrarão ser os serventes dos lacaios do açougueiro Obama e as transnacionais imperialistas do continente!
Na Bolívia que volta a se prender fogo com os lumes da luta revolucionária, ficaram encerradas todas as direções que fizeram parte do ELAC (Encontro Latino Americano e Caribenho de Trabalhadores) quem se submetendo a Obama, a burguesia bolivariana e à burocracia castrista, lhe impuseram milhares de derrotas à ala esquerda do proletariado. Eles são quem chamaram a votar por Morales, a juntar “10 milhões de votos para Chávez”, os que submeteram aos operários norte-americanos a Obama primeiro falando “todos contra Bush” e agora com “todos contra o Tea Party”. O Fórum Social Mundial, o stalinismo e os renegados do trotskismo, devem explicar-lhe aos explorados do mundo por que apoiaram a esses governos de assassinos odiados pelas massas.
Contra todas estas direções serventes dos bolivarianos, as massas exploradas da Bolívia se levantam em uma guerra sem quartel para enfrentar ao governo Morales. Elas não estão sós neste combate. Seus aliados, a classe operária e os estudantes de Chile, com seus mais de 150.000 mineiros que estiveram em greve e as centenas de milhares de estudantes que ocuparam colégios e faculdades ao grito de “renacionalização do cobre para financiar a educação gratuita e os salários dignos”, já tomaram em suas mãos a luta que as massas bolivianas protagonizaram na revolução do 2003-2005. Fora ianques! Nem 30% nem 50%, nacionalização sem pagamento e sob controle operário dos hidrocarbonetos e as mineras! Esta luta tem que se transformar em uma só luta contra todos os piratas imperialistas, os governos antioperários e os lacaios que os sustentam! Há que se pôr em pé de luta junto a nossos irmãos de classe bolivianos e chilenos, vanguarda da classe operária no continente, contra os governos bolivarianos e do TLC, todos serventes do açougueiro Obama! Abaixo o MERCOSUL, a ALBA e os TLCs, todos ao serviço do saque imperialista!
Abaixo a farsa da “Revolução Bolivariana”!
Pela Revolução Operária e Socialista!
Pelos Estados Unidos Socialistas de Centro e Sul América!
Por uma direção revolucionária para triunfar!
A classe operária precisa a IV Internacional!
Os renegados do trotskismo, que são a ala “esquerda” do Fórum Social Mundial e o V Internacional, nos dizem aos operários do continente que pressionando aos governos como o de Morales, Kirchner, Dilma-Lula, Correia, Chávez, etc., os trabalhadores podemos fazer realidade nossos sonhos de trabalho, terra, saúde, salário e moradia digna. A vida deu seu veredito: nada disto se conseguiu.
São os reformistas, que chamaram às massas a submeter aos Ministérios, à justiça e suas “punições históricas”, aos parlamentos antioperários, às “Assembléias Constituintes”, etc. os que hoje não podem falar ante os olhos dos explorados que como na Bolívia se insurrecionam contra os governos lacaios que eles têm apoiado e sustentado. Nenhuma destas direções chamou à classe operária boliviana a brigar como o está fazendo e muito menos a combater com os métodos da revolução como hoje se briga na Líbia, Tunísia e Egito, o Norte da África e Oriente Médio.
As massas na Bolívia, em um caminho oposto pelo vértice ao traçado pelas direções agrupadas no Fórum Social Mundial, os stalinistas e os renegados do trotskismo, despregando toda sua energia revolucionária fazem carne o programa revolucionário da IV Internacional. Para que este avance há que conquistar uma direção revolucionária internacionalista, derrotando à direção colaboracionista da COB e à política de todos os que a sustentam, como o POR, o PSTU, o PO de Altamira e seus acompanhantes do PTS, todos centralizados no ELAC, o Fórum Social Mundial e o V Internacional.
Os operários e camponeses bolivianos devem fazer sua a luta contra os “pacos vermelhos que são os perigosos (polícias vermelhos, NdeT)”, que hoje encabeçam os explorados do Chile insurrecto contra o PC stalinista. Assim se luta contra os traidores da classe operária! Fora as burocracias colaboracionistas das organizações operárias de todo o continente!
Para levar ao triunfo a revolução boliviana, como um elo de uma única revolução que se alçará vitoriosa em todo o continente, desde Alaska até Terra do Fogo, há que lhe devolver ao proletariado a direção que precisa e se merece. Para que a classe operária tome o poder, demolindo os estados, regimes e governos burgueses, faz falta refundar a IV Internacional de 1938, o Partido Mundial da Revolução Socialista. Por um Comitê pela Refundação da IV Internacional!
28-09-2011
Liga Operária Internacionalista-Quarta Internacional Democracia Operária, da Argentina
Em luta pela Refundação da IV Internacional
Integrante da FRAÇÃO LENINISTA TROTSKISTA INTERNACIONAL
Integrada por:
Liga Operária Internacional de Vanguarda (WIVL), da
África do Sul
Liga Trotskista Internacionalista (LTI), da Bolívia
Partido Operário Internacionalista-Quarta Internacional
(POI-CI), do Chile
Liga Trotskista Internacionalista (LTI), do Peru
Comitê pela Refundação da IV Internacional, de São
Paulo-Brasil
Liga Operária Internacional (WIL), do Zimbábue